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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

continuação 2: CAMPOS E MATOS



ADAPTAÇÃO



Precisei aprender a lidar com a minha liberdade, pois estava sozinha numa cidade onde todos eram desconhecidos e isso me trazia muita insegurança e medo.

Mais, pouco a pouco fui fazendo amizade e me entrosando aos costumes.

Rose e eu fomos juntas de Ponta Porã para Aquidauana e sempre estávamos juntas pelos corredores da escola e na cidade, mas pouco a pouco foi fazendo amigos e ampliando nossos vínculos afetivos.

A primeira pessoa com quem fiz amizade na escola foi com a Sinara, ela tinha a mesma idade que eu, era alegre, comunicativa, extrovertida e uma personalidade bastante incomum, forte. Ela já não tinha tantos medos quanto eu, pois já era seu segundo ano ali.

Fazia o curso de meio ambiente e eu de técnico em agropecuária.

Ficamos amigas. Saíamos juntas, trocávamos confidências, falávamos bobagens e coisas sérias às vezes.

Formamos um grupinho de amigas e sempre estávamos juntas. Éramos feito irmãs. Seis amigas inseparáveis na escola e na cidade. O sexteto fantástico era como nos referíamos ao nosso grupo, e fazia parte dessa confraria, Sinara, a Rose, a Luciane, a Layne, a Magali e eu.

Eu morava com a Rose no hotel na Rua Augusto Mascarenhas e a Sinara e a Layne na casa de uma senhora que alugava um quarto para elas naquela mesma rua. A Luciane e a Magali moravam com a família da Lu em Anastácio.



A ESCOLA



Belíssima fazenda há 12 quilômetros de Aquidauana, a beira da Serra de Maracaju, ostentava 806 quilômetros de terras sempre muito bem cuidadas, campos, pastos e animais bem tratados. As instalações brancas contrastavam com os tijolos à vista, tornando-a uma construção imponente e bela.

Longos corredores de pisos vermelhos ligavam um pavilhão ao outro e à universidade de agronomia.

Passávamos na escola todo o dia, alternando entre aulas teóricas e práticas. Os meninos tinham ainda a opção do regime de internato ou semi-internato, mas para as meninas só semi-internato.

E por esse motivo eu e as meninas morávamos na cidade. Íamos para a escola no “verdão”, era assim que chamávamos o ônibus que nos levava e nos trazia da escola.

Lá aprendíamos muitas coisas interessantes: como a lida e o manejo de animais de pequeno e grande porte; a agricultura e suas várias diretrizes e ainda as matérias básicas do ensino médio.

Eu particularmente preferia os porcos, mas a preferência da maioria era pelos bovinos.

A gente cumpria escala de serviço, ou seja, a turma era divida em pequenos grupos selecionados através de ordem alfabética, para que todos os grupos passassem por todos os setores da escola. Lá tinha piscicultura, suinocultura, bovinocultura, avicultura, olericultura, viveiro de mudas, limpeza, cozinha, indústrias rurais e mecanização agrícola.



AULA PRÁTICA



Meu grupo para as aulas práticas durante os quatro anos do curso foram: eu, o Jaime, o Hernane e o atrasado ( que no batismo recebeu o nome de Jhonny).

Nosso grupo de prática era muito bem entrosado e animado. Nós rodávamos por todos os setores da escola sempre com muita disposição e bom humor.

Os meninos muitas vezes aliviavam o serviço pra mim por eu ser mulher, mais na maioria das vezes eu preferia trabalhar igual aos meninos. Eles tinham a mania de falar que escola técnica não era coisa de mulher e ai eu queria trabalhar como eles pra mostrar que isso não era verdade. Pois as mulheres ocupam cada vez um espaço maior no mercado de trabalho e provam que são capazes de realizarem todas as atividades com perfeição e muito profissionalismo.