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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

continuação 8

NO


NO OUTRO DIA...



No outro dia a ressaca foi terrível. A cabeça parecia que ia estourar e não tinha água que matasse a minha sede. Mas o pior era a tristeza que consumia minha alma. Eu só queria ouvir musicas de fossa e fumei todos os cigarros que meu pulmão pode suportar. Como se aquilo fosse sarar minha dor e trazê-lo de volta para os meus braços.

No começo eu não gostava nada dele, confesso, queria apenas exibi-lo as minhas amigas como se fosse um troféu, troféu para minha capacidade sedutora. Mas conforme fomos nos conhecendo o amor foi surgindo e crescendo rápido e alastradoramente, como erva daninha na lavoura. Por isso fiquei tão triste, não queria que fosse o fim do nosso namoro.

Passei o dia todo triste. O pessoal falava, ria, contava histórias, piadas, mas nada me alegrava nem despertava meu interesse.

E assim o dia arrastou-se até a noite chegar, triste e solitária como eu.

Depois de muita insistência da Dani, fomos até a praça, demos uma volta pelo Viana, depois pelo Bar da praça, conversamos um pouco com o pessoal e então resolvemos comer um lanche antes de voltarmos para casa. Sinceramente eu não estava uma companhia nada agradável naquela noite.

Sentamo-nos no Alziro Express para lanchar. Chamamos o garçom. De repente percebi um carro passando bem devagar, ascendi um cigarro, dei uma tragada longa e uma tosse me fez pensar que parar de fumar me faria bem.

O garçom nos trouxe o cardápio. Foi então que percebi o carro, que se aproximava novamente. Meu coração quase saiu pela boca quando reconheci o Cleber ao lado do Marcelo, um amigo dele que até então eu não conhecia, joguei o cigarro, descasquei uma bala, coloquei-a na boca enquanto eles procuravam um lugar para estacionar. Encontraram uma vaga alguns metros de onde estávamos. Desceram e vieram em nossa direção. Cumprimentaram-nos e foram sentando nas cadeiras ao nosso lado. Fiquei quieta, com cara de poucos amigos, acendi um cigarro e então o Cleber me perguntou:

─ Ainda não parou de fumar. Uma moça tão bonita não devia fumar. A mão fede cigarro, o cabelo fede cigarro, sem contar o mal para a saúde...

Na verdade eu sabia de tudo aquilo e também não gostava do cheiro em minhas mãos e em meu cabelo. Mesmo assim não manifestei a mínima reação. Dei mais uma tragada e joguei o cigarro fora, pois o garçom tinha chegado com o lanche.

Depois de comermos falei pra Dani que deveríamos ir para casa que já estava tarde e no outro dia tínhamos que acordar cedo para ir à escola.

─ Não se preocupem levamos vocês para casa. ─ Falou o Marcelo e pediu ao garçom uma cerveja. Eles beberam, conversaram um pouco e eu quieta no meu canto.

Depois de duas cervejas eles nos perguntaram se já poderíamos ir. Levantamos todos e andamos até o carro. Entrei primeiro, o Cleber entrou em seguida e a Dani foi ao banco da frente ao lado do Marcelo.

Antes de descermos o Cleber me disse que iria pegar sua moto na casa do amigo e voltava para conversarmos.

Em poucos minutos ele estava de volta e expliquei que estava magoada com a forma como ele falou comigo na noite anterior. Obvio que ele tinha sua razão e eu tinha a minha. E que ele deveria ter falado de uma forma mais agradável que não gostava que eu fumasse. Ele concordou que foi grosseiro e pediu educadamente pra eu não fumar quando estivesse com ele.

Depois desta conversa resolvi parar de fumar definitivamente e hoje sou uma saudável mulher cheirosa, porque o pior de todos os males do cigarro, em minha opinião, é o mau cheiro. Fumar não está com nada e faz um mal irreparável a saúde. Por isso por um movimento aos cheirosos e saudáveis: Parem de fumar!