O RENCONTRO.
Fomos à inauguração de um barzinho na beira do rio e o nome do bar era “Beira Rio”, nada mais original, não acha? Todo mundo estava lá, música boa, bebida e muita gente bonita. A coisa estava fervendo.
A garotada flertando, cantando, animados pela música ensurdecedora e a bebida, pareciam cada um num mundo a parte, individual, mas que em uma fração de segundos todos faziam parte do mundo do outro.
Lá pelas tantas da madrugada, eu já havia bebido todas e mais umas. Estava andando, curtindo,Conversando, resumindo: festando.
Senti segurarem meu braço, inerte, virei-me calmamente ao ouvir alguém dirigir-se a mim:
─ E ai?
Era o Cleber, que seguiu falando:
─ E ai! Como é que você está? Quanto tempo, hein?
E despejou um milhão de palavras e em minutos contou-me o que tinha acontecido com ele naqueles três anos que ficamos sem nos ver.
Havia noivado com tal de Tuy, e ela o trazia na rédea curta, mais que já estavam separados...
Blá! Blá! Bla! E Blablablá...
E na tentativa de me livrar daquela conversa chata e inoportuna para uma festa tão boa como aquela, o convidei:
− Aparece lá em casa qualquer dia, pra gente conversar mais. Eu vou indo que o pessoal está me esperando ali. Tchau.
Sabe aqueles convites que você faz, mas que não são para serem aceitos. Que são por pura educação e que na realidade você nem quer saber do assunto que a pessoa está falando e sem encontrar outro meio pra despistar você faz um convite. Tipo: me liga, passa lá em casa depois, vamos marcar alguma coisa. Mais na realidade não se quer nenhuma das coisas. Então, era esse o caso.